Na Calçada da Fama, Sócrates desabafa: 'Sinto saudade do bom futebol' Ex-jogador eterniza seus pés no Maracanã, reclama da qualidade dos jogadores atuais e aposta no sucesso de Adriano no Corinthians
Por Edgard Maciel de Sá Rio de Janeiro
Ao lado de Márcia Lins, Secretária Estadual de Esporte e Lazer do Rio de Janeiro, Sócrates coloca os pés na calçada da fama do Maracanã (Foto: Edgard Maciel de Sá / GLOBOESPORTE.COM)
Sócrates já fazia parte dos 100 jogadores homenagea dos pela Calçada da Fama do Maracanã. Mas, só nesta quarta-feira, o ex-jogador do Corinthians, Flamengo, Santos e Seleção Brasileira eternizou seus pés ao lado de outros ídolos do futebol nacional e mundial. Em uma cerimônia rápida diante de um estádio parcialmente destruído pelas obras para a Copa do Mundo de 2014, o doutor fugiu do clichê da emoção pelo momento único. Ao analisar a homenagem, disse que nada sentia de especial.
Para ele, estar ali era um compromisso como todos em sua carreira. Destacando que o importante não são os feitos e sim a felicidade, Sócrates só lamentou a qualidade do futebol exibida hoje em dia.
- Não sinto nada especial. O importante é ser feliz. Só sinto saudade do bom futebol. Hoje não se joga mais futebol. Os atletas só correm. O que vence o jogo não é a qualidade e sim o estado atlético das equipes - disse o ex-jogador, sugerindo ainda uma solução para o problema.
- Tenho uma tese: 9 contra 9, no mesmo espaço que se joga hoje. Assim não daria para se esconder atrás de uma linha de três volantes. Até o zagueiro central teria de saber jogar.
Apesar de ter defendido o Flamengo entre 1985 e 1987, Sócrates lembrou de sua estreia pela Seleção Brasileira ao falar da melhor recordação que tem do Maracanã.
- Não lembro nem contra quem foi. Mas o que importa é a camisa amarela. E acho o Maracanã lindo do jeito que está. Vai mudar muita coisa. Vamos mostrar a força de nosso país nessa reconstrução do estádio - disse ele, que fez sua primeira partida pelo Brasil em uma goleada por 6 a 0 sobre o Paraguai, no dia 17 de maio de 1979.
Com 57 anos e um dos maiores ídolos da história do Corinthians, ele analisou a recente contratação de Adriano. E aprovou, mas o mesmo otimismo não apareceu na hora de comentar o projeto do futuro estádio do Timão.
- Só depende do Adriano. Quando eu tinha 34 anos, também queria jogar (Adriano tem 29). Mas não conseguia mais. Não é o caso dele. É só se condicionar fisicamente. Os problemas extracampo não me assustam. Qualquer um está sujeito a isso. Hoje eu até seria considerado um antiatleta. Por causa dos estudos eu treinava menos do que deveria - disse o capitão da Seleção na Copa de 82, para depois criticar o futuro estádio do Corinthians.
- Estádio? Por enquanto é só um projeto. Se é que ele realmente existe. Sócrates sorri com os moldes nas mãos e o Maracanã em obras ao fundo (Foto: Agência Estado)
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