quarta-feira, 20 de maio de 2009

Solar da Marquesa de Santos


A CIDADE NO TEMPO DO IMPÉRIO (1822-1889)

Solar da Marquesa de Santos (comprado pela Marquesa de Santos em 1834)

Nas ruas centrais de São Paulo, sobrados de dois e até três pavimentos foram construídos para abrigar as pessoas abastadas. Tais edificações, feitas de taipa de pilão, tinham, na maioria das vezes, sacadas de ferro, balcões e janelas adornadas.

As cores das fachadas variavam entre o branco, o amarelo e o rosa-pálido. No térreo, funcionavam casas comerciais.

Embora luxuosas, essas residências eram precariamente iluminadas por candeeiros de azeite e óleo de mamona. Em uma de suas cartas, escritas de São Paulo ao Rio de Janeiro, o então estudante Álvares de Azevedo pedia que lhe mandassem da Corte (Rio de Janeiro) vidros pequenos, que servissem no seu candeeiro; quatro anos depois fazia um pedido igual: o vidro de seu candeeiro tinha se quebrado, e esse era um artigo que não se encontrava aqui "nesta santa terrinha". 19

Vale a Pena ser Visto: abraços Marcão ...

Solar da Marquesa de Santos, 1860.
Crédito: Arq. Municipal – Seção Arquivo de Negativos DIM/DPH/SMC/PMSP

O Solar da Marquesa de Santos, construído em taipa de pilão no século XVIII, é o único exemplo que resta em nossa cidade desse tipo de sobrado de arquitetura aristocrática. Por mais de 30 anos, pertenceu a d. Domitila de Castro Canto e Melo, amante do imperador d. Pedro I. Domitila comprou o sobrado em 1834, depois de ter rompido o relacionamento com d. Pedro I. Lá morou com mais de cem pessoas, entre escravos, empregados e parentes que ocupavam o primeiro pavimento. 20

Dizia-se que tinha hábitos arrojados para a época: promovia numerosos bailes, saraus, além de fumar na janela e de ter tido amantes e dois maridos oficiais. Quando faleceu em 1867, com 70 anos, o sobrado transformou-se em palácio episcopal, e assim permaneceu até o final do século XIX. Passou por reformas, adquirindo uma fachada no estilo neoclássico. Foi comprado pela Mitra em 1880. A SP Gás Company ocupou-a em 1909. Hoje, o Solar da Marquesa pertence à Prefeitura e está aberto à visitação.

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